terça-feira, 20 de julho de 2010

Assédio moral no casamento


Vocês já ouviram falar em assédio moral no casamento? Pois muito bem, o termo também é novo pra mim, mas me chamou atenção quando fui buscar a sua origem. Sabemos que o assédio moral ainda não é considerado crime, mas vista as suas características teria condições de sê-lo.

O assédio moral no casamento se inicia, segundo psicanalistas, com um olhar de censura, uma alfinetada sem aumentar a voz e um desejo de humilhar que aumenta a cada dia. Essas atitudes acabam por destruir a auto-estima da mulher, que se deprime e se culpa e deixa sequelas na alma.

A violência perversa do cotidiano entre casais está sendo retratada na novela 'Passione' e se define como um alerta poderoso para quem sofre entre as quatro paredes de um casamento. Trata-se de uma crueldade psicológica que começa com pequenos sinais como uma ironia, indiferença, humilhação até chegar a agressão física, de fato. A psiquiatra francesa Marie France Hirigoyen define o assédio moral no casamento como um “vírus invisível” que corrói aos poucos as relações amorosas.

Ora, é comprovado que a intimidade excessiva e a procura por algo que o outro não pode oferecer, cria a violência. Trata-se do começo de uma violência sutil, que tende a aumentar progressivamente. Alguns psicanalistas avaliam que mensagens de sedução do tipo, “Eu digo isso porque te amo”, “Você não vai conseguir”, “Seu comportamento me surpreende”... denunciam o desejo de dominar, humilhar, denegrir e intimidar.

Portanto, antes do primeiro tapa, reaja à violência verbal e psicológica e corte o mal pela raiz. Há medidas no Direito que podem contribuir para o resguardo da integridade psicológica das mulheres. A Lei Maria da Penha, ainda que não tão eficiente, entende como grave essa espécie de agressão. Ademais, existem outras leis que podem garantir às mulheres que vivem o “terror velado” a efetiva tutela do bem jurídico da integridade psicológica.

Obviamente que na maior parte dos casos quem sofre com o assédio moral no casamento são as mulheres, mas infelizmente elas só pensam em tomar providências quando são agredidas fisicamente pelos parceiros. Ocorre que a violência moral deixa cicatrizes bem mais profundas que a física. Então, não deixe sua relação chegar a esse ponto, reverta este quadro e busque os seus direitos. A violência moral é um modo de relação, um comportamento repetido no cotidiano e não apenas o ápice da agressão.

Eduardo Kümmel/ Advogado, diretor da Kümmel & Kümmel Advogados

5 comentários :

  1. A Lei Maria da Penha, ainda que não tão eficiente, entende como grave essa espécie de agressão. Ademais, existem outras leis que podem garantir às mulheres que vivem o “terror velado” a efetiva tutela do bem jurídico da integridade psicológica.

    gostaria de mais informaçoes sobre a "efetiva tutela do bem jurídico da integridade psicológoca" como funciona isto???

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  2. Quando um marido, constantemente elogia as outras mulheres,que passam na televisão, chamando-as de "Veludinho"..é uma maneira de discriminar a mulher, se trata de Assédio Moral?

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  3. A mulher sempre contribuiu financeiramente, mas um determinado tempo ficou doente e esta afastada pelo INSS, acabou contraindo dívidas, com compras de roupas p/ filhos maridos e remédios em farmáci, não conseguindo quitar as contas fez um empréstimo ao banco em nome dela, com isto comprometendo todo seu salário, e deixando de contribuir com $ nas despesas da casa, no caso a mulher ela ganha pouco mais que um salário mínimo, e o marido sendo policial militar com um salário razoável, desde então a mulher começou a sofrer humilhações pq não contribuiu mais financeiramente em casa, humilha, diz que não a pegou p/ criar e não tem obrigação de sustenta-la e as humilhações são com freqüência, isto é uma agressão a mulher e cabe dentro da Lei Maria da Penha?

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  4. Vivo em relacionamento com um homem casado há 11 anos, e ele sempre procura motivos para discutir comigo sempre dando a entender que eu não me comporto como uma mulher direita, sempre eleogia com entusiasmo as mulheres das revistas, tv etc. Não sou mais uma menina com corpinho perfeito, passei do peso e mesmo assim o ciúme dele já passou do limite.Quando não há motivos para discussão, ele inventa os mais ridículos, discutindo até o prato de comida dado à empregada; e nunca, nesse tempo todo, ele reconheceu sequer uma vez que estava errado. Trabalhamos juntos e eu fico as quartas e sextas feiras em casa, então ele telefona para mim para saber onde estou e me dizer o que fazer. A impressão que eu tenho é a de que ele tem prazer em me deixar chateada.
    Hoje, do nada, me veio à mente: isso é assédio moral...

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  5. Dr. Eduardo Kimmel, como fazer se livrar de uma situação de assédio moral dentro do casamento?
    sou casada há 20 anos, tenho 36 anos, qd casei, por ser menor, ele e sua mãe obrigaram minha mãe a assinar um pacto antenupcial que me tira qlqr direito. Tenho 4 filhos, me dediquei a vida toda a familia, consegui me formar, mas não consigo emprego. Dependo dele para tudo. Ele tem contas escondidas e a na conta que tenho assesso ele só coloca o dinheiro aos poucos e sempre tenho que pedir, não faço nada por mim... não vou a cinema, não saio, não cuido das unhas, do cabelo... nada, ele é filho único e sua mãe possui bens e uma excelente condição de vida,ela sempre bancou a escola dos netos, curso de ingles, viagens de navio, plano de saúde.
    Ele e a mãe dele se garantem que eu nunca vou sai desse subjulgo, pois não tenho direito a nada... ele é mais velho que eu 20 anos. Qd começamos a namorar eu tinha 14 e ele 34.
    Não aguento mais... Quais meus direitos? O que fazer?

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