terça-feira, 28 de junho de 2011

O Líder e o Assédio Moral

O crescimento das condenações evidencia que os líderes são fracos


Se você pesquisar na web as diferentes definições de líder encontrará algumas muito românticas e outras inspiradoras. Quase todas vão remeter à idéia de que o líder é o sujeito que consegue tirar o melhor de sua equipe. A cada ano, aumenta o número de treinamentos, fóruns, debates, além dos vídeos, aulas e ferramentas sobre o assunto. Entretanto, a explosão das condenações por assédio moral coletivo no Brasil mostram o quanto os líderes corporativos estão fracos e longe das definições.

Há alguns dias, o Clube de RH de Extrema e Região levou o tema para análise através da palestra das advogadas, Pâmella Carvalho e Alexandra Lima Alves ambas da Adilson Ralf Advocacia. Em um ano, foi a apresentação que mais despertou dúvidas nos gestores, já que o tema cai sempre no colo do Recursos Humanos.

Por quê? A simples definição do que é assédio moral explica: “É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras,repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.”

O marco do que é assédio moral é a repetição das situações humilhantes, traduzindo para o dia-a-dia aquelas “brincadeiras” onde o funcionário gordo é sempre a vítima nas piadas, onde as equipes são obrigadas a cumprir algum castigo vexatório quando não cumprem a meta, etc. As condenações em última instância apenas em 2010 chegaram próximas à 800, em alguns casos o valor da indenização a ser paga por assédio moral foi de R$ 1 milhão.

E qual o terreno mais fértil para o aparecimento destes casos? É claro que nas empresas que não cuidam do seu clima organizacional. Onde as regras não são claras e os chefes sentem-se inatingíveis. Onde a relação de poder fala sempre mais alto do que a relação de respeito. Onde os líderes são mal formados e não tem preparo algum para o cargo que ocupam.

Esta semana, conversando com o coach, André Lodi, da Elev Coaching, que trata muito bem as questões de valores e crenças, tive a confirmação da minha suspeita. Para ele, os prejuízos de um líder mal formado vão além da desmotivação ou do alto turnover, pode chegar ao prejuízo mais palpável de todos: o pagamento de uma indenização. “Vamos imaginar que o líder tem um salário em torno de R$ 5 mil reais, isto significa que uma indenização de R$ 1 milhão representa cerca de 16 anos de trabalho deste sujeito, sem falar na tremenda exposição negativa da marca”.

Daí a importância do investimento na formação e desenvolvimento de lideranças, um trabalho que deve ser rotineiro, constante e intenso. E você, já enfrentou alguma situação humilhante no trabalho?

Fonte: DIGnow.org

Um comentário :

  1. Sugiro uma matéria sobre a atitude de distanciamento ou conivencia dos colegas de trabalho com relação ao trabalhador que está sofrendo o assédio moral.
    Estou vivendo isso na empresa.Eu sempre saio em defesa do trabalhador, mas os outros colegas não aderem. Se calam, ou tomam o partido do chefe e ainda acham argumentos para justificar o absurdo. As pessoas perderam a capacidade de se indignar. O que alimenta o assediador, que fica cd vez mais poderoso. Em função da minha atitude,agora, quem está sofrendo o assédio moral sou eu. Acho um absurdo as pessoas assistirem de camarote a humilhaçâo do outro e não tomar atitude.

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