sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Trabalhadores da Bahia reclamam de assédio moral e ameaçam parar obras na Fonte Nova

Os problemas no Rio de Janeiro e a paralisação das obras no Maracanã não são um fato isolado nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014. O próximo foco deve ocorrer em Salvador, já que os trabalhadores envolvidos na reforma da Fonte Nova reivindicam melhores condições, acusam os empregadores de assédio moral e, com isso, também ameaçam entrar em greve.

A possível paralisação será discutida em uma assembleia marcada para esta segunda-feira, às 7h, no canteiro de obras da Fonte Nova. Lá, os 980 trabalhadores envolvidos na obra devem expor as reivindicações e, se não forem atendidos, podem iniciar o processo para entrar em greve.

“Vamos levar e avaliar a posição da empresa para os trabalhadores. Só eles podem decidir se irão parar ou não. Mas se tiverem uma posição contrária [às propostas dos empregadores], daremos oito dias para que haja um acordo. Caso isso não aconteça, teremos outra assembleia para decidir sobre a paralisação”, explicou Adalberto Galvão, presidente do Sintepav-Bahia, o sindicato que representa os trabalhadores da obra da Fonte Nova.

De acordo com o sindicalista, um dos principais problemas é o assédio moral sofrido pelos trabalhadores. Segundo ele, pessoas ligadas à Fonte Nova Participações (formada pelas empresas OAS e Odebrecht) estariam fazendo ameaças para que o cronograma das obras seguisse no prazo estabelecido.

“Existe um grupo de encarregados que exige que os trabalhadores executem suas funções além da capacidade física para acelerar o ritmo das obras. A empresa que avançar loucamente o cronograma e, quando alguém se nega, eles ameaçam demiti-lo”,
denuncia Galvão.

Na lista de reivindicações ainda conta outros pontos importantes, como a contratação de um plano de saúde para os trabalhadores, além do aumento no valor pago pela participação nos lucros e nas horas extras realizadas.

Segundo o sindicato, os trabalhadores envolvidos na reforma da Fonte Nova cumprem uma carga horária semanal de 44 horas, de segunda a sexta-feira, e o salário para um pedreiro, por exemplo, é de R$ 1.043 mensais, além de uma cesta básica de R$ 130.

Em nota oficial enviada ao UOL Esporte, a Fonte Nova Participações informou desconhecer a realização da assembleia pelos trabalhadores, além de negar quaisquer problemas com os operários.

"A Fonte Nova Participações (FNP), empresa responsável pela reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova, esclarece que sempre manteve um bom relacionamento com os colaboradores e com o Sindicato(Sintepav-Bahia) e que todas as negociações tem sido realizadas satisfatoriamente para ambas as partes. Não havendo previsão de realização de assembleia no canteiro para a próxima segunda-feira", informou a empresa, por meio da assessoria de imprensa.

Por Thales Calipo, UOL Esporte, São Paulo

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